Nós conversamos com a Bruna Faria, responsável pela comunicação do Instituto Mano Down, sobre como a gestão profissional e o acompanhamento dos dados dos atendidos foi um fator determinante para a organização vencer 2 vezes o Prêmio Melhores ONGs.
Confira abaixo a entrevista exclusiva e completa e entenda como o monitoramento de informações contribui para a profissionalização de organizações e permite o reconhecimento através de prêmios e certificações.
Bruna começou nossa conversa compartilhando o segredo por trás do sucesso do Instituto Mano Down, que conquistou o Prêmio Melhores ONGs 2 vezes, atribuindo essa conquista a uma combinação de profissionalização e gestão comprometida. Ela explica:
“Eu acho que vem desse crescente entendimento da necessidade de se profissionalizar cada vez mais e de ter uma gestão prejudicada.”
Para Bruna, o reconhecimento é fruto de um propósito claro e da compreensão de que a “gestão é importante” e que o impacto real só pode ser gerado quando a instituição tem sua “casa organizada”.
Bruna destacou que a participação é importante para a validação e visibilidade do trabalho do instituto. A vitória é um reflexo do esforço do instituto em aprimorar sua gestão e ampliar sua atuação.
“Ficamos muito felizes, porque esse prêmio mostra o quanto a gente está conseguindo crescer em termos de gestão”.
Quando questionada sobre conselhos para outras organizações que desejam se profissionalizar e vislumbram ganhar prêmios, Bruna enfatiza a importância de começar pela estruturação interna.
“O primeiro passo é entender a importância dessa profissionalização e dessa gestão,” aconselha ela. “Ter mapeado todos os seus processos e procedimentos e buscar parcerias fortes, como, por exemplo, a plataforma Bússola, que deu um norte para a gente em relação a isso.”
Bruna reflete sobre a transição que as instituições enfrentam à medida que crescem, apontando que muitas começam com a ilusão de que podem controlar tudo com papéis e planilhas. No entanto, conforme a organização se expande, é fundamental adotar ferramentas que promovam uma melhor organização e gestão.
“Quando uma instituição começa a crescer, as pessoas têm a ilusão de que vão conseguir controlar tudo com papéis, com planilhas em Excel. E a gente vai crescendo entendendo que isso se torna um grande problema ou uma grande solução a partir do momento que você busca as ferramentas que vão te nortear.”
Ela conclui com um conselho prático e inspirador: “
Entender, arrumar a casa, ter tudo ali mapeado desde o primeiro momento, os seus processos, os seus procedimentos e buscar parceiros que vão te direcionar e te ajudar a organizar melhor todas essas informações é fundamental .”
O Instituto Mano Down tem utilizado o sistema Bússola Social para gerenciar o atendimento aos seus educandos, e Bruna detalha como isso tem sido essencial para a organização. “Hoje, toda a nossa parte de atendimento dos nossos educandos é registrada e acompanhada através do Bússola”, explica Bruna. Com mais de 1.100 famílias cadastradas e 800 educandos ativos no sistema, o Instituto tem uma grande quantidade de dados que são integrados e gerenciados de forma eficiente.
O sistema Bússola Social é utilizado para registrar e acompanhar toda a jornada de vida dos educandos, desde o primeiro contato com a família até a intervenção precoce. Bruna enfatiza: “Toda essa parte, toda essa jornada de vida ela é registrada e acompanhada através do Bússola.”
Além disso, Bruna menciona que “quando uma pessoa, um educando, inicia nossa jornada de intervenção precoce, todos os atendimentos deles são registrados, os avanços são acompanhados e, periodicamente, encaminhamos para a família um relatório mostrando como o educando entrou, as intervenções feitas e os avanços alcançados.” Isso proporciona uma visão clara e contínua do desenvolvimento dos educadores para as famílias.
O sistema também permite uma integração eficiente entre os diferentes profissionais envolvidos no atendimento. Bruna destaca que “os profissionais fornecem essas informações de forma integrada”, o que facilita o trabalho entre a equipe.
“Então, se eu tenho um TO atendendo, ela está muitas vezes em conjunto com a FISIO, com a FONO, e todas as informações estão ali integradas e auxiliando dentro desse processo.”
Essa integração também se estende à transição dos educandos para a Educação Inclusiva. “Quando ele sai da intervenção precoce e vai para a Educação Inclusiva, eu consigo mapear as lacunas que existiam e uma equipe multidisciplinar consegue fazer um atendimento mais alinhado”, explica Bruna.
“Essa jornada, ter esse registro de informações, ter essa integração e ter toda a documentação do educando é muito importante para quem entende o desenvolvimento dele e como nossa equipe pode agir de uma melhor forma”, conclui Bruna, reforçando o valor do sistema para a melhoria contínua da qualidade do atendimento.
O Instituto Mano Down, fundado por Leonardo Cavaco, começou como um projeto inspirado pelo amor e pela luta do irmão de Leonardo, Dudu Cavaco, que tem síndrome de Down.
Inicialmente, o foco estava em promover a inclusão social através de eventos e palestras. A transformação em um projeto social formal aconteceu em 2015, quando Leonardo deixou sua carreira executiva para se dedicar totalmente ao instituto. Em 2018, houve uma “virada de chave” com a introdução de uma gestão mais estruturada e um foco ampliado em todas as fases da vida das pessoas com síndrome de Down.
Atualmente o Instituto Mano Down oferece:
A plataforma da Bússola Social oferece recursos que possibilitam o acompanhamento das atividades realizadas e a gestão organizada dos dados dos beneficiários. Com funcionalidades como relatórios de oficinas e eventos, registro da participação individual, monitoramento dos atendimentos e acesso ao histórico completo dos beneficiários, as OSCs podem obter uma visão ampla de suas operações.
Além disso, a plataforma fornece insights sobre o perfil dos atendidos e o impacto das ações da organização, facilitando a tomada de decisões estratégicas e o aprimoramento contínuo dos serviços oferecidos.
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