Sabemos que o terceiro setor atua na promoção de justiça social, educação, saúde e outras áreas importantes para o desenvolvimento social. No entanto, as ONGs enfrentam desafios significativos em termos de gestão, captação de recursos e mensuração de impacto. Apesar disso, muitas ONGs estão encontrando maneiras inovadoras de superá-los, impulsionando um impacto social ainda maior.
Para compreender melhor este cenário, conversamos com Stella Moraes, consultora no terceiro setor, que trabalha com metodologias sistêmicas, tecnologia social e impacto social.
Em seu trabalho, Stella Morais percebe que muitas ONGs operam em um estado de "apagar incêndios", sem planejamento estratégico ou indicadores claros e, por isso, assumem papéis operacionais e pouco táticos: “A maioria das vezes trabalham apagando incêndio. A ONG tem CNPJ mas não tem um projeto elaborado. Então, se você não tem projeto elaborado, você não tem nem indicadores e fica operacional.” Stella enfatiza a importância de transição para uma gestão proativa, onde o planejamento estratégico e a definição de indicadores claros são fundamentais para o sucesso a longo prazo.
Para mudar esse cenário, Stella recomenda que as ONGs realizem um diagnóstico social utilizando ferramentas como a Árvore de Problemas para identificar causas e efeitos dos desafios enfrentados pelas organizações.
Para a consultora, esse mapeamento irá nortear um planejamento estratégico e uma comunicação assertiva. Além disso, este diagnóstico é fundamental para elaborar projetos consistentes e justificativas que alinhem a realidade do território com as exigências dos investidores.
A consultora destaca que o gestor deve equilibrar a proximidade com a comunidade atendida e as responsabilidades estratégicas da gestão organizacional. Para ela, esse profissional precisa estar presente no campo e próximo aos atendidos para compreender profundamente as necessidades locais e alinhar as estratégias da organização com essas realidades.
Dica da Bússola Social Se você é gestor e tem tido dificuldades de estar próximo dos atendidos e realizar demandas estratégicas, sugerimos separar 1h por semana para acompanhar e analisar informações sobre os atendimentos e a evolução dos beneficiários. Com o sistema da Bússola você consegue visualizar esses dados de forma centralizada e em tempo real! |
No entanto, ela também reconhece as limitações práticas de estar na linha de frente, indicando que o gestor pode transitar por esses espaços, mas sua função principal é estar na cadeira, captando recursos, desenhando estratégias e coordenando as operações, uma abordagem que espelha a gestão empresarial com um foco claro na eficiência e na sustentabilidade.
“O gestor também tem que estar em campo, também tem que estar na favela, na comunidade, tem que estar perto do usuário para que a gente tenha cada vez mais a narrativa alinhada a operacionalização, mas não tem como ele estar lá na ponta. Ele tem que estar na cadeira captando, desenhando, é um posicionamento muito parecido com gestão de empresa” comenta Stella.
A mensuração de impacto é essencial para demonstrar a eficácia dos projetos sociais. Stella aconselha trabalhar com indicadores de resultado, operacionais e de monitoramento dos objetivos gerais. "Esses três são inevitáveis", comenta. Sem esses indicadores, é difícil para as ONGs mostrarem aos investidores o valor real de seu trabalho. A falta de dados concretos dificulta a elaboração de narrativas consistentes e a obtenção de recursos necessários para a continuidade dos projetos.
Stella observa que muitos investidores não compreendem a necessidade de alocar recursos para a infraestrutura das ONGs. "Pouquíssimos investidores autorizam recurso para pagamento de funcionários, luz, água, IPTU", diz ela. Para ela, as empresas esperam ver resultados em pouco tempo e este imediatismo na expectativa de resultados impede uma visão de longo prazo necessária para uma transformação social sustentável.
Stella enfatiza a importância de negociar uma parte do recurso para fortalecimento institucional. Ela argumenta que sem uma base financeira sólida, as ONGs não conseguem se manter funcionando, resultando em um ciclo vicioso de instabilidade e ineficácia. "Como que essas ONGs se mantêm?", questiona. A falta de apoio estrutural leva muitas ONGs a uma constante luta pela sobrevivência, afetando negativamente seu impacto social.
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