A prestação de contas é uma etapa fundamental para manter a transparência e a credibilidade de uma ONG. Um dos elementos essenciais nesse processo é a apresentação de métricas e indicadores. Neste artigo, você vai aprender quais desses dados são necessários na prestação de contas e como apresentá-los.
Qual a diferença entre métricas e indicadores?
Antes de detalhar as métricas e indicadores que sua ONG deve apresentar na prestação de contas, é importante entender a diferença entre esses dois termos.
- Métricas: são dados quantitativos ou qualitativos que medem o desempenho de atividades específicas. Por exemplo, o número de beneficiários atendidos em um projeto social.
- Indicadores: são dados que têm um significado mais profundo e estão ligados ao cumprimento dos objetivos estratégicos da ONG. Eles ajudam a medir o sucesso ou o progresso em relação a metas estabelecidas.
Métricas e indicadores na prestação de contas que sua ONG deve apresentar
- Número de beneficiários: esta métrica é fundamental para quantificar o alcance das atividades da ONG. O número de beneficiários indica quantas pessoas foram diretamente impactadas pelos projetos e programas.
Um exemplo prático seria uma ONG que trabalha com a educação em comunidades vulneráveis, onde o número de beneficiários pode se referir ao total de estudantes que participaram de um programa de alfabetização ao longo de um ano.
- Taxa de retenção: a taxa de retenção é um indicador que avalia a continuidade do engajamento dos beneficiários com os programas da ONG ao longo do tempo. Uma alta taxa de retenção sugere que os projetos estão sendo bem recebidos e que os beneficiários continuam a ver valor nas iniciativas.
Por exemplo, uma ONG de saúde que oferece tratamento contínuo pode usar a taxa de retenção para medir quantos pacientes retornam para acompanhamento regular, indicando a eficácia do atendimento e a confiança dos beneficiários nos serviços prestados.
- Custo por beneficiário: essa métrica permite à ONG calcular o valor gasto por cada pessoa atendida, oferecendo uma visão clara da eficiência financeira das ações. Ao analisar o custo por beneficiário, a organização pode identificar áreas onde os recursos estão sendo utilizados de maneira eficaz e onde há oportunidades de otimização.
Por exemplo, uma ONG que distribui alimentos pode calcular o custo total de aquisição, transporte e distribuição de alimentos e dividir pelo número total de beneficiários para determinar o custo por pessoa atendida. Isso é especialmente útil para atrair financiadores que buscam investimentos com impacto máximo e custo reduzido.
Saiba como medir a capacidade de atendimento da sua ONG
- Impacto social: o impacto social é um dos indicadores mais importantes, pois reflete as mudanças qualitativas na vida dos beneficiários, indo além dos números para capturar transformações significativas.
Por exemplo, uma ONG que trabalha com educação pode medir o impacto social através do aumento das taxas de alfabetização, melhoria no desempenho escolar ou maior inserção dos jovens no mercado de trabalho. Esses dados podem ser coletados por meio de avaliações periódicas, entrevistas e estudos de caso que documentam histórias de sucesso e progresso nas comunidades atendidas.
- Satisfação dos beneficiários: a satisfação dos beneficiários é uma métrica qualitativa que avalia a percepção daqueles que se beneficiam dos serviços oferecidos pela ONG. Isso pode ser feito por meio de pesquisas de opinião, entrevistas ou grupos focais, onde os beneficiários compartilham suas experiências e opiniões sobre os programas.
Por exemplo, uma ONG que oferece capacitação profissional pode aplicar uma pesquisa de satisfação no final dos cursos para medir o grau de satisfação dos participantes em relação ao conteúdo, metodologia e aplicabilidade das habilidades adquiridas. Um alto índice de satisfação pode indicar que os programas estão alinhados com as necessidades dos beneficiários, enquanto feedbacks negativos podem ajudar a ajustar e melhorar as iniciativas.
- Taxa de conclusão de projetos: a taxa de conclusão de projetos é um indicador que avalia a capacidade da ONG de cumprir com os objetivos propostos dentro do prazo e orçamento estabelecidos. Este indicador é importante para medir a eficiência operacional da organização.
Por exemplo, uma ONG que realiza campanhas de vacinação pode utilizar essa taxa para determinar o percentual de campanhas concluídas com sucesso em relação ao total planejado. Uma alta taxa de conclusão demonstra que a organização possui um bom planejamento e gestão de recursos, o que aumenta a confiança de financiadores e parceiros.
- Alavancagem de recursos: a alavancagem de recursos é um indicador que mostra a habilidade da ONG de multiplicar os recursos recebidos, atraindo novos financiamentos ou parcerias estratégicas.
Por exemplo, se uma ONG recebe uma doação inicial de R$ 100.000 e, com base nesse investimento, consegue atrair mais R$ 200.000 em doações adicionais, isso demonstra uma alavancagem de recursos eficaz. Este indicador é especialmente importante para mostrar aos financiadores que o apoio inicial pode ter um impacto multiplicador, incentivando novos investimentos e parcerias.
Por que sua ONG deve apresentar essas métricas e indicadores na prestação de contas?
Apresentar métricas e indicadores na prestação de contas não é apenas uma prática recomendada, mas uma necessidade para manter a transparência e credibilidade da ONG:
- Demonstram impacto: os financiadores e apoiadores querem ver como os recursos estão sendo usados e o impacto que estão gerando. Métricas claras e indicadores bem definidos fornecem essa visibilidade.
- Aumentam a confiança: quando uma ONG apresenta dados concretos, ela reforça sua transparência e confiabilidade, o que é essencial para manter e atrair novos apoiadores.
- Facilitam a tomada de decisões: para os gestores da ONG, acompanhar essas métricas e indicadores permite identificar áreas de melhoria e tomar decisões mais informadas.
- Garantem a sustentabilidade: ao mostrar resultados claros e positivos, a ONG fortalece sua capacidade de captar recursos e garantir a continuidade de seus projetos.
Aprenda tudo o que você precisa saber prestação de contas neste artigo
Boas práticas para elaborar a prestação de contas em ONGs
Para que a prestação de contas seja eficaz, é fundamental seguir algumas boas práticas:
- Use uma linguagem clara e objetiva: evite jargões e termos técnicos que possam dificultar a compreensão dos dados pelos apoiadores e financiadores.
- Apresente dados visuais: gráficos e tabelas ajudam a tornar as informações mais acessíveis e fáceis de entender.
- Seja transparente: apresente tanto os sucessos quanto os desafios enfrentados. A honestidade reforça a confiança.
- Relacione métricas e indicadores com os objetivos da ONG: mostre como cada métrica e indicador está ligado aos objetivos estratégicos da organização.
- Atualize regularmente: a prestação de contas deve ser um processo contínuo, com atualizações periódicas para manter todos informados sobre o progresso dos projetos.
Como a plataforma da Bússola Social facilita a prestação de contas
A plataforma da Bússola Social oferece recursos que possibilitam o acompanhamento das atividades realizadas e a gestão organizada dos dados dos beneficiários. Com funcionalidades como relatórios de oficinas e eventos, registro da participação individual, monitoramento dos atendimentos e acesso ao histórico completo dos beneficiários, as OSCs podem obter uma visão ampla de suas operações.
Além disso, a plataforma fornece insights sobre o perfil dos atendidos e o impacto das ações da organização, facilitando a tomada de decisões estratégicas e o aprimoramento contínuo dos serviços oferecidos.
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