Como trabalhar o combate à violência sexual com crianças e adolescentes?
A violência sexual é uma realidade preocupante que afeta milhares de crianças e adolescentes em todo o mundo. No Brasil, essa violação também é alarmante, e é fundamental que a sociedade como um todo se mobilize para combatê-la. Neste artigo, vamos discutir como é possível trabalhar o combate à violência sexual com crianças e adolescentes e de forma segura e acolhedora.
Qual a diferença entre abuso sexual e exploração sexual?
O abuso sexual e a exploração sexual são duas formas graves de violência que afetam crianças e adolescentes, mas têm características diferentes:
Abuso Sexual: O abuso sexual ocorre quando uma pessoa utiliza sua autoridade, poder ou influência para obter gratificação sexual, aproveitando-se da vulnerabilidade da vítima. Isso pode incluir toques inapropriados, exposição indecente, estupro, incesto, pornografia infantil, entre outros atos de natureza sexual. O abuso sexual pode ser cometido por familiares, amigos, conhecidos ou estranhos e geralmente acontece em contextos de confiança e proximidade.
Exploração Sexual: A exploração sexual envolve situações em que uma criança ou adolescente é submetido a atividades sexuais em troca de dinheiro, presentes, favores ou qualquer outra forma de vantagem. Isso pode incluir prostituição infantil, tráfico de pessoas com fins sexuais, turismo sexual, pornografia infantil, entre outras formas de exploração. A exploração sexual muitas vezes está associada à vulnerabilidade social, econômica e emocional das vítimas, que são manipuladas e coagidas a participar dessas atividades contra sua vontade.
Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio, é uma data importante para sensibilizar a sociedade sobre esse grave problema e promover a prevenção e o enfrentamento da violência sexual.
É importante que todas as pessoas (pais, educadores, assistentes sociais, avós, amigos) que convivam com uma criança e/ou adolescente estejam atentas aos sinais, como: mudança de humor, sonolência, medo de escuro e de ficar sozinho, baixo rendimento escolar, perda de apetite ou fome exagerada. Por outro lado, esses sinais não confirmam que uma criança ou adolescente sofreu algum tipo de abuso, então é preciso acompanhar cada caso.
Em longo prazo, a criança ou adolescente pode começar a apresentar marcas pelo corpo, como arranhões, hematomas e, em casos de contato íntimo, infecções sexualmente transmissíveis. Dificuldade de fazer amizades, confiar em novas pessoas, construir relacionamentos amorosos, terem relações íntimas e até vícios são alguns sinais de que a criança ou o adolescente sofreu abuso.
Precisamos abordar este tema em casa e, se possível, dentro da sala de aula. Mas como tratar de um assunto tão importante e ao mesmo tempo tão delicado para crianças e adolescentes? Veja as dicas abaixo!
Como abordar este assunto com crianças e adolescentes
Abordar o tema da violência sexual com crianças e adolescentes de forma adequada e sensível é fundamental para prevenir situações de abuso e violência. Pensando nisso, listamos algumas dicas de como iniciar essa conversa:
- Use uma linguagem simples e acessível: Explique de forma clara e objetiva o que é violência sexual, sem utilizar termos técnicos ou complexos.
- Respeite o ritmo de cada criança ou adolescente: Não force a conversa e esteja preparado para responder às perguntas de forma honesta e tranquila.
- Enfatize a importância da confiança: Mostre que você está ali para ajudar e que a criança ou adolescente pode contar com você em caso de qualquer problema ou dúvida.
- Ensine sobre os limites do corpo: Explique que ninguém pode tocar em seu corpo sem permissão e que eles têm o direito de dizer “não” em situações que se sintam desconfortáveis.
- Promova a prevenção: Ensine sobre os sinais de abuso sexual e como buscar ajuda caso sejam vítimas ou testemunhem algum tipo de violência.
Indicação de material de apoio
PIPO E FIFI
O livro “Pipo e Fifi” é um instrumento para ajudar pais, professores e amigos a falarem da violência sexual contra crianças e adolescentes, usando uma narrativa ilustrada. Pipo é o personagem que diz “não” quando algum gesto ou carinho é errado e a Fifi diz “sim” quando algo é normal, desde que a criança permita. O site do livro traz publicações gratuitas que a equipe da sua organização pode trabalhar com as crianças e adolescentes em sala de aula.
Outra opção para falar deste tema é usar os vídeos da Campanha Defenda-se. Criado pela Rede Marista de Solidariedade, por meio do Centro Marista de Defesa da Infância, a campanha promove a autodefesa de crianças, entre 4 e 12 anos, contra a violência sexual através de vídeos educativos, apropriados para meninos e meninas.
Os vídeos falam de temas importantes como aprender a dizer “não”, conhecer o próprio corpo, tomar cuidado com fotos e exposição na internet, não aceitar carona de estranhos, os diferentes tipos de carinho, sentimentos, entre outros. Eles ainda têm a opção de áudio descrição, libras e estão legendados em três idiomas (inglês, espanhol e português). Conheça mais sobre a Campanha Defenda-se, baixe aqui os vídeos ou assista pelo Youtube do Grupo Marista.
No BússolaCast debatemos algumas metodologias para enfrentar à violência sexual contra crianças e adolescentes e falamos da Campanha Defenda-se. Para esta conversa convidamos a Cecília Landarin Heleno, Analista de Projetos de Proteção e Defesa de Direitos do Centro Marista de Defesa da Infância e também o Vinícius Gallon de Aguiar, Coordenador da Campanha Defenda-se. Os convidados ainda disponibilizaram uma lista de materiais para trabalhar o assunto com os profissionais do Terceiro Setor e também com as crianças e adolescentes.
Outros materiais que podem ser utilizados é a Cartilha Sobre Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes da Polícia Civi e a cartilha de Orientações para o Combate ao Abuso Sexual Contra Crianças e Adolescentes elaborado pela Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e da Juventude.
Conheça a Bússola Social
Com a plataforma da Bússola Social sua OSC pode gerenciar dados e informações dos projetos realizados de forma organizada e acompanhar o perfil dos atendidos em cada atividade e atendimento. Além disso, é possível gerar relatórios sobre oficinas e eventos, acompanhar a participação individual, monitorar atendimentos e acessar o histórico completo dos beneficiários, oferecendo uma visão abrangente de suas operações e facilitando a tomada de decisões estratégicas.