Saúde mental no terceiro setor: conheça a realidade e os desafios dos trabalhadores de ONGs
Profissionais que trabalham no terceiro setor lidam com uma carga de responsabilidades elevada, enfrentando pressões constantes para atender às necessidades das comunidades, garantir o funcionamento eficaz dos projetos e lidar com recursos limitados.
Neste artigo, você vai entender melhor como está o cenário da saúde mental e o bem-estar dos profissionais no terceiro setor e como esses aspectos estão relacionados com o acúmulo de tarefas e funções dos profissionais.
O que é saúde mental
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde mental é um estado no qual o indivíduo é capaz de utilizar suas habilidades pessoais para enfrentar os desafios da vida e contribuir para a sociedade.
Em outras palavras, a OMS define saúde mental como um estado de equilíbrio psicológico que capacita as pessoas a enfrentarem as demandas da vida, desenvolverem suas habilidades, aprenderem e trabalharem eficientemente, além de contribuírem para suas comunidades, sendo essencial para nosso bem-estar geral.
Como está a saúde mental no mundo?
Em 2014, a OMS apontou que quase um bilhão de pessoas ao redor do mundo estavam enfrentando algum tipo de transtorno mental, sendo a ansiedade e a depressão os mais comuns.
A nível global, os transtornos mentais representam aproximadamente um sexto dos anos vividos com alguma forma de incapacidade. Pessoas com transtornos mentais graves têm uma expectativa de vida entre 10 a 20 anos menor do que a média da população e enfrentam um risco ampliado de suicídio e violações dos direitos humanos
Saúde mental no terceiro setor
No contexto do terceiro setor, segundo a pesquisa “A saúde mental e o bem-estar dos profissionais do terceiro setor” realizada pela Phomenta 38% dos profissionais do terceiro setor classificam sua saúde mental como “regular” e 17% como “ruim” e destaca que esses dados revelam a necessidade imediata de intervenções, suporte e recursos específicos para lidar com questões de saúde mental no Terceiro Setor.
Segundo a pesquisa da Phomenta, citada anteriormente, o acúmulo de demandas e tarefas é o principal fator de preocupação e estresse entre os profissionais do terceiro setor e foi mencionado por 64% dos respondentes.
Outros fatores citados são “falta de recursos adequados” com 50% de menções. Além disso, fatores como “Falta de reconhecimento”, “Demandas de última hora” e “Baixa colaboração” evidenciam a ausência de uma estrutura de gestão interna eficaz, assim como a falta de apoio e capacitação dos líderes.
Sobrecarga de trabalho: fator que mais impacta na saúde mental no terceiro setor
Os assessores da Bússola Social,reconhecem que o acúmulo de funções e tarefas é uma realidade enfrentada por muitos profissionais no terceiro setor, onde a demanda por serviços e apoio é frequentemente alta, enquanto os recursos e pessoal disponíveis são limitados.
Uma das principais consequências do acúmulo de funções e tarefas é o aumento do estresse e da pressão no ambiente de trabalho. Profissionais sobrecarregados muitas vezes se encontram lutando para lidar com prazos apertados, demandas conflitantes e uma carga de trabalho excessiva, o que pode levar a sentimentos de ansiedade, exaustão e desespero.
Esse problema foi identificado em reuniões e atendimentos realizados pelos nosso time de assessores durante o processo de implementação de um projeto no sistema. A equipe já orientou inúmeras organizações como Associação Mulheres da Parada, Associação Friendship Circle, Projeto Recriando Raízes, Caritas de Bauru, entre outras.
O que pode causar a sobrecarga de trabalho
A sobrecarga de trabalho no terceiro setor pode ser resultado de diversos fatores que afetam diretamente a dinâmica e o funcionamento das organizações. Estes fatores variam desde questões estruturais e operacionais até aspectos mais sutis relacionados à cultura organizacional e ao contexto externo em que as ONGs operam.
Em nosso dia a dia, os especialistas da Bússola Social identificam que o principal motivo que gera o acúmulo de tarefas é a desorganização de dados e informações. A dificuldade em organizar e gerir dados pode gerar maior gasto de tempo em tarefas como reunir informações para projetos e prestação de contas e processos pouco estruturados, sobrecarregando profissionais que precisam ter trabalho dobrado para desempenhar suas funções e em mais tempo.
Como a gestão de dados pode diminuir a sobrecarga de trabalho
Durante o dia a dia de trabalho dos nossos assessores, percebemos que a desorganização de dados e informações sobre os atendidos é um dos fatores determinantes para o acúmulo de funções e tarefas.
Em outras palavras, uma organização eficaz e uma gestão de dados bem estruturada são como os alicerces de uma casa: fornecem estabilidade, sustentação e uma base sólida para todas as operações da ONG.
No contexto da gestão de dados dos atendidos, essa eficácia se traduz em várias formas de alívio da sobrecarga de trabalho para os profissionais:
- Agilidade na obtenção de informações: Com processos de gestão de dados eficazes, os profissionais podem acessar rapidamente as informações relevantes sobre os atendidos. Isso significa menos tempo gasto procurando dados dispersos e mais tempo dedicado à análise e intervenção.
- Redução de tarefas manuais: A automação de processos rotineiros, como a entrada de dados e a geração de relatórios, libera os profissionais para se concentrarem em atividades mais estratégicas e de valor agregado. Menos tempo gasto em tarefas administrativas significa mais tempo disponível para interagir com os atendidos e desenvolver soluções personalizadas.
- Melhorias na comunicação interna: Uma boa gestão de dados permite que as informações sejam compartilhadas de forma eficiente entre os membros da equipe. Isso promove a colaboração, evita redundâncias e garante que todos estejam alinhados com os objetivos e estratégias da organização.
- Tomada de decisão embasada em dados: Dados precisos e atualizados fornecem insights valiosos que podem orientar a tomada de decisões em todos os níveis da organização. Com acesso a informações detalhadas sobre as necessidades dos atendidos e o desempenho dos programas, os gestores podem direcionar recursos de forma mais eficaz e priorizar iniciativas com maior potencial de impacto.
- Identificação de padrões e tendências: Uma análise sistemática dos dados dos atendidos pode revelar padrões e tendências que não seriam perceptíveis de outra forma. Isso permite antecipar necessidades futuras, ajustar estratégias de intervenção e prevenir crises antes que ocorram.
Em resumo, uma boa gestão de dados dos atendidos não apenas alivia a sobrecarga de trabalho dos profissionais da ONG, mas também fortalece a capacidade da organização de cumprir sua missão de forma eficaz e impactante.
Ao investir em processos que garantam a qualidade e acessibilidade dos dados, as ONGs estão investindo no seu próprio sucesso e no bem-estar das comunidades que atendem.
Como a Bússola Social facilita a gestão de uma ONG
A plataforma da Bússola Social oferece diversas funcionalidades que contribuem para uma gestão eficaz no terceiro setor. Com recursos como relatório de oficinas e eventos, participação individual, monitoramento de atendimentos, acesso ao histórico dos atendidos, perfil detalhado dos atendidos, mapa de impacto e outros relatórios, as ONGs podem entender melhor as necessidades da comunidade, personalizar serviços, otimizar recursos e avaliar o desempenho de suas atividades.
Além disso, a Bússola Social oferece uma equipe de consultores que guia a organização nos primeiros 60 dias após o acesso ao sistema para receberem orientações. Após esse período de apoio do consultor, o cliente passa a receber ajuda do Suporte ao Cliente que está integrado ao sistema e disponível para esclarecer eventuais dúvidas que possam surgir durante o uso diário.
Por que é importante cuidar da saúde mental dos profissionais
É fundamental que as organizações do terceiro setor reconheçam a importância de cuidar da saúde mental de seus profissionais e implementem estratégias eficazes de apoio, como um ambiente de trabalho que promova o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Ao fazer isso, não apenas protegem o bem-estar de seus colaboradores, mas também fortalecem sua capacidade de criar impacto positivo e duradouro nas comunidades que servem.
O time da Bússola Social listou 3 benefícios que o cuidado com a saúde mental promove no dia a dia de trabalho no terceiro setor:
- Resiliência e Eficiência: Profissionais com boa saúde mental são mais resilientes e capazes de lidar com os desafios inerentes ao trabalho no terceiro setor. Eles são mais propensos a manter níveis consistentes de eficiência e produtividade, garantindo assim que possam continuar a oferecer suporte e serviços de qualidade às comunidades que atendem.
- Melhoria das Relações Interpessoais: Uma boa saúde mental contribui para relacionamentos interpessoais mais saudáveis e positivos no ambiente de trabalho. Isso promove uma cultura organizacional de apoio mútuo, confiança e colaboração, essenciais para o sucesso das iniciativas no terceiro setor.
- Qualidade dos Serviços Prestados: Profissionais com boa saúde mental são mais capazes de prestar serviços de alta qualidade e atender às necessidades das comunidades de forma eficaz. Eles são capazes de oferecer apoio emocional e prático de maneira compassiva e eficiente, garantindo que as pessoas recebam o suporte necessário.